A ministra da Acção Social, Família e Promoção da Mulher disse nesta terça-feira (17/05), ser imperioso prestar-se maior atenção ao comportamento dos jovens nas escolas, festas e grupos de amigos, e ainda dentro das casas a fim de evitar-se gravidez precoce.
Faustina Alves de Sousa discursava na abertura do workshop sobre gravidez e casamento precoce, que a província da Lunda Norte acolheu no âmbito da jornada de trabalho que a titular do MASFAMU efectuou naquela parcela do território nacional desde o último fim-de-semana.
" Precisamos que os pais e os educadores disponibilizem informações para orientar os adolescentes no sentido da prevenção visando o sexo seguro" disse.
Adiantou que a gravidez na adolescência interfere em vários aspectos que podem impactar negativamente sobre a autoestima, saúde das adolescentes e muitas vezes também, na saúde do bebê.
Lembrou que durante o ano de 2021, os dados do INAC indicam que foram notificados um total de 157.296 casos, sendo que 153.742 são casos de violação a menores de 18 anos, correspondendo a 97,7%.
Na mesma senda, os serviços de SOS Criança registaram durante o I Trimestre de 2022, um total de 4.836 em todo país, dos quais 54 casos foram de violência sexual.
Entre as principais consequências do casamento infantil para as meninas estão a falta de profissionalização, o atraso ou mesmo o abandono escolar e a restrição da mobilidade e da liberdade, o aumento do serviço doméstico e o cuidado parental exercido predominantemente por elas.
Referiu que dados do Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF) indicam que, pelo menos, 7,5 milhões de meninas se casam todos os anos antes de atingirem os 18 anos. A Índia ocupa o primeiro lugar no ranking mundial de casamentos de crianças e adolescentes, seguida do Bangladesh e Nigéria (2021).
Em Angola, no ano de 2021, 18.611 meninas dos 10 aos 17 engravidaram na adolescência, segundo a Direcção Nacional da Saúde Pública.
Chamou atenção da sociedade em geral a combater esta nobre e difícil tarefa, no sentido de alterar este quadro, tendo em conta o impacto negativo que a situação acarreta.
Lembrar que o Workshop serviu para analisar a situação a nível provincial sobre este fenómeno com base nas estatísticas existentes dos casos sobre gravidez e casamento, abordando temas como: o impacto da gravidez precoce no desenvolvimento psicossocial da rapariga; o reforço das competências familiares na prevenção da gravidez e casamento precoce; gravidez precoce como factor de abandono escolar; situação actual da gravidez e casamento precoce na Lunda Norte; gravidez e casamento precoce como violação dos direitos da criança; e o plano nacional de combate a violência contra a criança.
Estiveram presentes o Governador da província da Lunda Norte, Ernesto Muangala, vice-governadora Para o sector político, social e econômico, Directores Provinciais e Municipais, Administradores municipais, membros da Sociedade civil e autoridades tradicionais.