A existência de quantidades consideráveis de minas e outros engenhos explosivos não detonados, disseminados pelo território nacional, em consequência da guerra que assolou o país, representa uma séria ameaça à vida humana e à livre circulação de pessoas, bens e mercadorias, bem como da necessidade de se continuar a desminar de forma eficaz, as áreas afectadas por estes perigosos artefactos, e criar as condições indispensáveis para o desenvolvimento sócio-económicos e a diversificação da economia.
Os anos de 2017, 2018, 2019, 2020 e 2021 foram sem dúvida anos desafiadores para a Comissão Executiva de Desminagem. A pandemia da COVID-19 trouxe desafios sem precedentes, na implementação das actividades de desminagem e, com restrições às movimentações e aglomerações, algumas operações tiveram que ser suspensas e até canceladas em alguns casos.
No entanto, apesar de se enfrentar estes desafios, a inovação e a adopção de novas abordagens têm garantido em grande medida o progresso das acções de desminagem, cujo balanço da actividade operativa no País, apresenta um resultado de uma área total de: 148.653.982 m² (cento e quarenta e
oito milhões, seiscentos e cinquenta e três mil, novecentos e oitenta e dois metros quadrados), 1.719,714 km (mil, setecentos e dezanove quilómetros e setecentos e catorze metros de estradas), 1.596, 904 km (mil, quinhentos e noventa e seis quilómetros, novecentos e quatro metros de Linhas de transmissão de energia eléctrica de baixa, média e alta tensão e Conduta de irrigação).
Designação Área Limpa (m²) Estrada (km)
Linha de Transporte de Energia Eléctrica
de Alta Tensão e conduta de água
(km) Designação
No período em referência foram removidos e destruídos 149.097 engenhos explosivos não
detonados, 1.962 minas anti-pessoal e 532 minas anti-tanque e foram sensibilizados 390.571 populares, sendo: homens 81.705, mulheres 88.470 e crianças 220.396.
Apesar do enorme esforço, foram registrados 159 acidentes com engenhos explosivos não detonados, que causaram 99 mortes e 267 feridos. Os acidentes registados ocorreram em 15 províncias, sendo Cuando Cubango, Bié e Huambo são as províncias com maior incidência.
O referido trabalho contou com as brigadas da Casa de Segurança do Presidente da República (CSPR), as Forças Armadas Angolanas (FAA), o Instituto Nacional de Desminagem (INAD) e a Polícia de Guarda Fronteiras de Angola (PGFA).
Lembrar que às acções de desminagem são asseguradas por 3.863 (três mil e oitocentas e sessenta e três) Sapadores, dos 5.544 (cinco mil, quinhentos e quarenta e quatro) previstos, representando 69,6% do total do
efectivo que compõe o quadro geral dos 4 (quatro) operadores, organizados em 58 (cinquenta e oito) Brigadas, sendo 55 (cinquenta e cinco) de Desminagem Manual (de busca), 2 (duas) de Desminagem Mecanizada e 1 (uma) de Desminagem Canina.
